sexta-feira, 13 de maio de 2022

Após a licenciatura e o inicio do estágio, passei um ano em Lisboa em formação. Fui primeiro com colegas, depois com os meus pais e por fim com a minha mãe, procurar um lugar onde ficar.

Com os meus pais fomos visitar um seu tio - casado com uma tia (Tia Maria?) irmão do avô. Ele arranjou o contacto de uma Residência, mas era muito exclusiva. Gostei de conhecer o tio. Ele tinha ido para Padre, mas optou pela vida secular e casou com a irmã do avô que era mais velha do que ele e com menos energia para sair connosco. Como o meu pai contara também me pareceu ser uma boa pessoa.

Com a minha mãe encontrámos primeiro uma senhora que alugava quartos na casa bastante vazia em que ficara, por lá residir com a inquilina inicial. Ela era empregada na casa, mas após a morte da senhora conseguiu ficar com o arrendamento. Também oferecia lavagem de roupa. Estava com um problema e ia ser operada. As pestanas cresciam-lhe para dentro e irritavam-lhe os olhos.

Depois conhecemos a D. Ema e foi lá que fiquei. Ela morava num apartamento na Estrada de Benfica, terceiro ou quarto andar, sem elevador. Passava por lá o Autocarro 48 acho, que vinha da Estação de Santa Apolónia. A estação de Metro era Sete Rios (no Inverno quando chovia formavam-se por lá "rios".À noite ouvia sons de animis diferentes do Jardim Zoológico. Se me cruzasse com alguém do prédio deveria dizer que era uma prima. Nunca ninguém me perguntou. A D. Ema gostava de trazer pacotinhos de açúcar dos Cafés quando lá ia lanchar. Às vezes faço o mesmo e penso nela.


 Quando o papá contava algum acontecimento ou história do passado utilizava às vezes a expressão:

"... de maneira que..."

Também perguntava: "sabia disto ?"