quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Desafio de Escrita dos Pássaros, 17º Tema - Luz e sombra

redonda
Luz e sombra
Para haver sombra tem de haver luz, senão cairíamos na escuridão, tão completa que nada conseguiríamos ver.
O tema fez-me pensar na pintura, em como através do sombreado se consegue o volume, a dimensão.
Desde criança que achava que conseguia desenhar alguma coisa (completamente iludida, claro). Ainda no liceu descobri uma casa na Rua Sampaio Bruno onde vendiam telas e tintas. Fui lá com a minha mãe pelo menos uma vez, outras vezes sozinha. Para se entrar, tínhamos de passar primeiro por um corredor barbearia, com duas ou três cadeiras onde o Barbeiro atendia senhores e não sei se não parava por lá também um engraxador, com a caixa de madeira com o assento para o cliente e lugar para guardar a graxa e escova.
Subíamos por degraus de madeira inclinados e lá em cima, numa sala pequena cheia de luz, estavam as telas e tintas, todas bastante caras, mesmo com o desconto de estudante.
Fui para as mais baratas e fiz alguns retratos em pastel. Depois tentei o óleo mas comprei uma única tela e pequenina. Tentei pintar um céu, mas não correu lá muito bem. Planeei pintar por cima alguma outra coisa, até hoje.
Bem mais tarde, inscrevi-me num atelier de pintura indicado por um amigo. Primeiro ficava em Leça, perto de uma Casa Museu que fui visitar. Depois mudaram-se para uma casa antiga no Marquês – também com degraus de madeira inclinados e uma sala com muita luz e cheiro a tinta.
Adorei as aulas sobretudo pelos professores e pelos colegas  - chegámos a ter um jantar com disfarces no dia das Bruxas e uma exposição pelo Natal.
Tentei pintar uma dona-redonda e não correu lá muito bem, e depois, a partir de uma fotografia, um auto-retrato, com um resultado final ligeiramente melhor (pudera, tinha a fotografia aumentada).
Talvez um destes dias volte a tentar pintar e me lembre da luz, da sombra e deste desafio.
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