quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Desafio de Escrita dos Pássaros, 8º Tema: Carta para a criança que fui

redonda
 Carta para a criança que fui
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Está-me cá a parecer que o melhor é não te dizer muito, mesmo quase nada, porque acho que até foste mais ou menos feliz, não quereria estragar isso.
O que é que eu te poderia dizer?
Para teres menos receio, ousares mais…mas depois ainda ousas demais, cais dentro de um buraco e não chegas a adolescente.
Abraça mais o presente e aqueles que estão aí contigo, mas sei que à tua maneira o estás a fazer. Lembro-me da intensidade com que vivia quase tudo, como do centro do universo um pequeno problema me poderia reduzir à minha real insignificância. Poderia dizer-te que tudo isso passará, não era assim tão mau, um dia não irás recordar nem metade desses dramas.
Talvez o único conselho que te poderia dar é: quando receberes de prenda aquele diário com chave, que ainda tenho por aqui, pensares um pouco melhor no que vais lá escrever, porque aquilo a nível dos temas está uma desgraça, e para teres cuidado com os erros, uma vergonha, afinal já tinhas dez anos, deverias ser capaz de escrever melhor (nem com o acordo ortográfico lá ias).
Pronto, seria só isto. Aproveita os bons momentos, vive-os, sê só um pouco mais corajosa se conseguires, e se quiseres escrever naquele Diário, esquece, ou adia  por um ano ou dois, ou cinco…

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