terça-feira, 3 de agosto de 2021

Quando eramos crianças e no início da adolescência tínhamos normalmente duas pequenas viagens no Verão. A casa dos avós paternos em Argozelo de carro. A casa da avozinha em Lisboa, mais de comboio ou camionete. 

Fazia muito calor. O carro do meu pai não tinha ar condicionado. Não sei se nessa altura já algum carro o teria, talvez carros muito caros. Havia dois pontos críticos no caminho para Argozelo, as voltas do Marão e as voltas de Murça. A minha mãe vestia-nos com vestidos bonitos para vermos os nossos avós, mas com o calor deixava-nos tirar o vestido e ficávamos em combinação. Havia paragens para comprar figos e numa fonte de água fresquinha no Marão.

Para Lisboa de camionete lembro-me das paragens nas estações de serviço em que as filas para a casa de banho das senhoras eram sempre enormes. Não percebia então como é que os homens se despachavam tão mais depressa.

Houve uma vez em que pelo trânsito a camionete seguia atrasada e uma das minhas irmãs estava apertada. A minha mãe foi pedir ao condutor para parar. Já atrasado ele não queria mas vários passageiros pediram-lhe para parar pela menina. Quando a camionete parou, saíram tantos passageiros apertados que foi difícil à minha mãe encontrar uma árvore ou arbusto para ir com a minha irmã.

Lembro também das ideias da minha irmã mais nova para não enjoarmos na viagem. Uma vez com a teoria que tínhamos de comer maçãs, outra bolos de gema. Acho que nenhuma das teorias resultou.


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