sábado, 18 de dezembro de 2021

 Sinto falta dos meus pais, todos os dias, nesta altura do Natal, noutras alturas, quando estou para baixo, quando algo me alegra. E depois também vem a saudade da minha avó de Lisboa, do avô que já não conheci porque morreu quando eu tinha seis meses, mas porque escutei tanto sobre ele, até parece que me lembro dele, dos avós de Argozelo, do João, de mim, de como fui com eles ou no tempo em que eles cá estavam.

Tenho pensado no que me liga aos meus pais, no antes e no depois. Com a minha mãe, o gostar de passear, de experimentar algo novo, a música, o comprar com desconto e qualidade, (I. terá dela o gostar de ter tudo limpo e arrumado, A. a arte de se arranjar e vestir, o gostar de todos os animais) no depois, o cozinhar.

Do meu pai, a visão do mundo - gostava das nossas conversas, às vezes quando estávamos a ir a ou a regressar de algum lado, embora me pareça que ele era mais pessimista, talvez por muito do que viveu, a nossa visão do mundo coincidiria ou o que ouvi dele influenciou-me a ver o mundo como ele o via. As explosões que ele tinha e eu tento não ter, mas o passar depois, não ficar a remoer. O reagir com tristeza e raiva, mas não depressão.

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